O Ayurveda é tão rico que, por vezes, podemos sentir-nos perdidos e sem saber como pôr em prática tanto conhecimento. Eu já passei por isso e sei que o segredo é fazê-lo aos poucos. É assim que nasce a série Ayurveda Passo a Passo.
Falo tanto sobre este tema que às vezes me esqueço de voltar às bases e responder a esta pergunta que tantas pessoas colocam. Sendo este o artigo introdutório desta série, achei que seria uma boa forma de começar.
Em sânscrito, a palavra ayurveda é composta por ayus, que significa vida, e veda, que significa conhecimento. De uma forma geral, o Ayurveda estuda a vida e tudo o que a esta diz respeito. Poderás estar a pensar que é um tema bastante vasto e tens razão, mas vamos por passos: o que é a vida?
A vida é o período compreendido entre a conceção e a morte. Segundo o Ayurveda, este período deve ser experienciado com felicidade para que possa ser chamado vida. Esta medicina ancestral diz-nos ainda que para sermos felizes precisamos de ter saúde. Em duas frases transformamos um tema que parecia infinito num assunto bastante mais palpável, mas não menos complexo – a saúde. E assim prosseguimos, passo a passo.
O meu principal objetivo com esta série, e com o meu trabalho em geral, é fomentar a comunicação entre ti e o teu corpo. Apercebo-me de que vivemos num mundo tão ruidoso e com tanta informação, muitas vezes não fidedigna, que nos esquecemos de perguntar o que faz sentido para nós afinal. Não somos robôs programados para seguir protocolos de rotina, alimentação e exercício. Somos seres humanos e o conceito de saúde pode ser tão diferente de pessoa para pessoa que o maior erro que podemos cometer é ler um livro e aplicar tudo à letra sem nos questionarmos primeiro. Passo a passo, eu vou ajudar-te a sair desse piloto automático. Aproveito para partilhar que esta série complementa o Curso Ayurveda Online, funcionando como um guia onde colocas em prática aquilo que aprendes no curso. Se queres explorar os princípios ancestrais ayurvédicos que estão na base do que é ser saudável e feliz, inscreve-te já na próxima edição (inicia em setembro)!
Em traços gerais, nesta série vou falar-te de doshas, de digestão, de toxinas, de imunidade, de hidratação, de energia, de exercício físico, de sono, de rotinas e da importância que tem a conexão com a Natureza.
Qual é o teu mindset, ou atitude mental, quando pensas na tua saúde? É de responsabilidade e dedicação? Ou é de fuga e procura de soluções externas? Nenhuma transformação acontece de fora para dentro. Faças uma cirurgia plástica e a informação genética que está nas tuas células continuará a mesma. Se descobriste um suplemento que te faz sentir mais enérgico(a), encontraste um adjuvante e não um transformador. E se continuares a procurar soluções a esse nível, vais encontrar muitos pensos rápidos, mas nunca a mudança. Acima de tudo, tens de querer fazer diferente se assim for necessário.
Se te “penitencias” de cada vez que foges à regra, talvez não estejas comprometido(a), mas sim com medo – medo de falhar, medo de não conseguir mudar, medo de não ser suficiente para fazer a transformação sozinho(a). Ser responsável pela própria saúde é reconhecer que pode ser preciso um adjuvante no processo de mudança: um amigo que nos incentiva ou que faz a jornada connosco, um profissional de saúde que nos orienta quando nos desviamos do caminho, ou até mesmo um suplemento que nos dá a energia necessária para (re)começar.
Moral da história: um mindset de responsabilidade e dedicação é essencial para que as mudanças necessárias ocorram em prol de uma saúde mais rica. Em diferentes momentos da vida, esse mindset pode assumir diferentes facetas e, por isso, é tão importante mantermo-nos atentos e observadores do nosso corpo, fazendo escolhas acertadas em momentos-chave.
Em praticamente todas as aulas de yoga em que já participei, o(a) professor(a) fez o seguinte convite inicial: foca-te na tua respiração e não a tentes controlar, observa-a. Quantas vezes te observas sem julgamento? Quantas vezes te observas sem tentares encontrar uma justificação para aquilo que estás a sentir? O porquê, ou a raiz da questão, é importante para percebermos onde podemos melhorar. O que eu temo é que o porquê nos faça esquecer o quão importante é mantermo-nos observadores. Aprendemos tanto sobre nós quando criamos um espaço pessoal saudável sem julgamento. É como conversar com um(a) amigo(a) sem receio do que ele(a) possa dizer a seguir. Por vezes, estamos a desabafar com essa pessoa e acabamos por responder às nossas próprias questões de uma forma orgânica e espontânea.
Nas próximas duas semanas pergunta a ti mesmo(a) uma ou várias vezes ao dia: como me estou a sentir? Poderás sentir-te triste, feliz, com uma dor nas costas, entusiasmado(a), cansado(a), frustrado(a), esfomeado(a), cheio(a) de dúvidas, com sede, com gases, com sono, etc. Para já, não tens de fazer mais nada, apenas escutar o teu corpo. No próximo artigo, continuaremos a entrar mais a fundo neste tema, passo a passo.
Já sabes, se te interessas por Ayurveda e queres aprender mais inscreve-te no meu Curso Ayurveda Online. Espero ver-te lá :)
Com amor,
Mafalda
A informação apresentada é meramente informativa, de índole genérica, não contendo uma análise exaustiva de todos os aspetos dos temas analisados, pelo que não substitui aconselhamento especializado.
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